Não há dúvidas de que, com o passar do tempo, as mulheres vêm conquistando cada vez mais cargos de liderança em organizações e empresas. Porém, para que esse avanço – ainda pequeno – das mulheres cresça, elas precisam enfrentar problemas estruturais em nossa sociedade e passar por desafios pelos quais homens não encaram, para que elas se estabeleçam nesses cargos mais altos. Mesmo assim, a persistência e os claros exemplos de boa gestão de mulheres denotam que elas chegaram para ficar – e com excelência para triunfar nas áreas de liderança.
Se antes da Primeira Guerra Mundial as mulheres simplesmente não podiam trabalhar, após o evento elas se tornaram uma grande força de movimentação econômica, já que os homens estavam em combate. Todavia, esse processo de inserção da mulher no mercado de trabalho não incluía cargos de liderança e gerência das empresas, apenas o operariado. Toda essa ideia de que mulheres não serviam para cargos mais altos nas companhias vem desde essa época e perduram até hoje. Foi socialmente construído que as mulheres são instáveis, sentimentais, desequilibradas entre outros adjetivos que são colocados para deslegitimar a presença delas nesses espaços. Além disso, é relevante pensar na dependência financeira que muitas mulheres tinham por parte dos homens e a falta de acesso à educação e informação que não as permitia ver possibilidades muito além da própria casa ou do trabalho industrial/ agrário.
Com a ascensão de movimentos feministas no século XX, esse cenário foi gradativamente mudando para o que é visto hoje em dia. As mulheres são maioria nas universidades, e apesar da grande disparidade salarial entre homens e mulheres sobre o mesmo cargo, elas já conseguem chegar a cargos de liderança. Contudo, os desafios não acabam quando se chega ao topo da companhia. Pelo contrário: ela não pode ser muito nova, ou aparentar ser muito velha; a maternidade é um tabu; ela ainda tem que lidar com a vida familiar; e para finalizar, é preciso se dedicar muito mais do que um homem no mesmo cargo para ser respeitada. Novamente, coloca-se na mesa a ideia de que aquele não é o lugar de uma mulher.
Entretanto, quando esses obstáculos são superados – o que é fruto de um trabalho e esforço monumentais – estudos mostram que realmente existem diferenças no comportamento feminino e masculino, mas que de forma alguma eles tornam as mulheres inferiores em posições de liderança. Mulheres têm tendência a lidar melhor com a incerteza e prova disso é que os países que lidam melhor com a pandemia de COVID-19 são governados por mulheres. Além disso, elas são mais empáticas, trabalham mais em equipe e são mais atentas ao ambiente em que estão inseridas. Todas essas características são muito valiosas em postos de liderança, e denotam que não há prejuízo algum – mas sim inúmeros benefícios – em mulheres ocuparem tais cargos.