Um relatório publicado pelo Infosys, durante o encontro anual do Fórum Econômico Mundial 2016 (Annual Meetings), mostra uma grande disparidade de confiança entre jovens de nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Quase metade da juventude atual acredita que perderá seu emprego nos próximos 10 anos, mas jovens vivendo em economias em desenvolvimento, como os BRICS Brasil, África do Sul, Índia e China, disseram estar prontos para se lançar na chamada Quarta Revolução Industrial.
O relatório entrevistou cerca de mil pessoas em cada país, de 16 a 25 anos, na Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Índia, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.
Com exceção da Rússia, os países pertencentes ao BRICS lideram o ranking dos jovens mais confiantes, seguidos dos Estados Unidos e Alemanha. No Brasil, 74% dos jovens se mostraram otimistas ou muito otimistas quanto ao seus futuros, enquanto apenas metade dos europeus e australianos compartilham do mesmo sentimento.
Ainda segundo o estudo, a juventude acredita que a globalização é a maior causa para o aumento crescente de um mercado de trabalho competitivo. Países que possuem alta demanda em trabalhos com tecnologia demonstraram sentir mais pressão, como foi o caso da Alemanha, Austrália e Índia, com 75% dos entrevistados concordando.
As mulheres dos Estados Unidos demonstraram maior preocupação com a competição internacional do que os homens. Enquanto 74% das mulheres americanas entrevistadas afirmaram que a globalização tornou o ambiente de trabalho mais competitivo, apenas 55% dos homens concordaram. Vale lembrar que no relatório do Índice Global de Desigualdade de Gênero de 2015, os Estados Unidos ficaram em 28o lugar.
Apesar do aumento mundial na competição, os residentes dos países em desenvolvimento acreditam ter a oportunidade de ter uma vida melhor que a de seus pais, enquanto para os que vivem em países desenvolvidos este sentimento quase desaparece. Cerca de 3/4 dos jovens franceses, australianos e britânicos disseram que não atingiriam os mesmos níveis de prosperidade de seus pais, enquanto apenas metade dos indianos, brasileiros e chineses concordavam com essa opinião.
Educação
Brasil lidera o ranking dos jovens que acreditam que a sua educação é muito útil no seu trabalho atual, com uma média de 77% dos homens e 64% das mulheres concordando. Índia segue em segundo, com a maioria das mulheres (69%) concordando na pesquisa, à frente de 64% dos homens de seu país.
A maioria dos jovens que participou da pesquisa, porém, acredita que a prática do dia a dia é a melhor forma de aprender. Mais de 2/3 disseram que precisaram aprender novas habilidades em seus trabalhos atuais. Este número é maior entre nações mais desenvolvidas, como Reino Unido, Estados Unidos e Australia (totalizando 80%).
A necessidade das chamadas “soft skills“, como comunicação, bom relacionamento e resolução de problemas, foram consideradas as mais cruciais no ambiente de trabalho moderno. Estas habilidades foram priorizadas em 86% dos jovens australianos e 79% dos brasileiros pesquisados, enquanto habilidades acadêmicas foram citadas apenas por 50% dos sul africanos e 36% dos alemães.
Isso significa que o mercado de trabalho moderno tem buscado não só por bons currículos, como também por profissionais preparados para atuar em um ambiente de trabalho, ao lado de outros profissionais, prezando pela boa relação e trabalho em equipe, pela rapidez em resolver problemas e pelo gerenciamento de tempo. A comunicação tanto interna quanto externa se torna algo essencial em todas as empresas.
Spring Meetings 2016
Assim como o Annual Meetings, o Spring Meetings é organizado anualmente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial, reunindo representantes governamentais, líderes da sociedade civil e acadêmicos em Washington, Estados Unidos, nos dias 12 a 17 de abril. O evento discutirá os progressos realizados pelo FMI e Banco Mundial, além da realização de outros eventos voltados à economia global, desenvolvimento internacional e o mercado financeiro mundial.
O Instituto Global Attitude, através do programa Diplomacia Civil, enviará ao evento uma delegação de quatro estudantes brasileiros para participar das palestras, seminários e coletivas de imprensa, além de eventos de networking com enviados de diversos países.