Em um planeta onde dois terços da população viverão em cidades até 2050, segundo dados da ONU, as soluções pensadas pelos arquitetos e urbanistas para as chamadas “cidades do futuro” passam, cada vez menos por veículos voadores e tecnologias mirabolantes. No lugar da futurologia, entram produtos e ideias que já começam a ser testados nos dias de hoje.
Durante o Smart City Expo 2016, ocorrido em novembro em Barcelona, mais de 16.000 pessoas debateram o tema em palestras e mesas-redondas. Entre as grandes tendências apresentadas, o chamado “Direito à Cidade”, que dá maior acesso ao espaço público pelo cidadão, foi destaque. O fato de cidades como São Paulo, Nova York e Singapura, em alguma medida já manterem políticas nesse sentido, mostra que o futuro não fica tão distante das atitudes tomadas atualmente.
Outras propostas que começam a atrair a atenção de especialistas em desenvolvimento urbano já são vistas em teste ao redor do mundo: cidades com wi-fi livre para seus habitantes, sistema de aluguel de carros e mesmo veículos automotivos que dispensam o uso de motorista.
A catarinense Mayara Perez, que integrou a comitiva do Instituto Global Attitude ao Smart City Expo, aponta que as parcerias público-privadas, cada vez mais comuns no pais, também foi tratada com entusiasmo pelos presentes. “Uma das mesas que mais me interessou foi essa, que une as Parcerias Público-Privadas com pessoas e novas formas de colaboração”, ponderou Mayara. “O ponto dessa proposta é fazer com que o espaço público fique em consonância com as demandas da população, com a ajuda do setor privado”.
Para o professor brasileiro Wilson Levy, que também acompanhou o evento pela delegação do Instituto Global Attitude, o momento da discussão é propício. “É um momento importante para se discutir esse tema no mundo”, explica. “As cidades crescem, e elas têm problemas, e não dá mais para pensar nelas (as cidades) sem as soluções oferecidas pela tecnologia”, completa.
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