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Delegação brasileira destaca resultados do BRICS Youth Forum 2017

Foto 1: Fotografia oficial do evento, com as delegações de jovens representando os cinco países do bloco

 

Há quarenta dias do início da 9ª Cúpula dos BRICS, que reunirá as maiores autoridades do bloco na cidade de Xiamen, em setembro, a China foi palco para um encontro preliminar focado nas questões de juventude do bloco. O 3º BRICS Youth Forum, realizado em Pequim na última semana de julho, reuniu jovens dos cinco países membros – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – com o de intuito debater sobre governança global e a formulação de políticas voltadas para o fortalecimento da voz e da participação da juventude.

Rodrigo Reis, diretor executivo do Instituto Global Attitude, organização responsável por coordenar a delegação brasileira no evento, afirmou:

 

“A cooperação entre os países do BRICS é um importante meio de promover mudanças globais e a juventude, através da sua atuação e inovação, possui um papel ativo fundamental neste desenvolvimento.”

Foto 3: Delegado brasileiro Marco Vinholi fala em um dos painéis do evento

Em âmbito global, os BRICS têm obtido destaque crescente pela participação de jovens na governança global. Na Índia, os jovens correspondem a 65% do total da população; na África do Sul são 60%; na Rússia somam quase 40 milhões; e no Brasil e na China correspondem a um quarto da população total. E foi esse potencial todo que esteve representado em Pequim.

Após uma série de atividades que incluíram painéis, debates, oficinas e visitas culturais na capital chinesa, ao final da semana do encontro as delegações participantes elaboraram em conjunto um Plano de Ação oficial que ratificou os resultados do encontro e as diretrizes dos compromissos que os países-membros deverão assumir perante a juventude.

Foto 2: Delegações participam da elaboração do Plano de Ação

As diretrizes do documento final foram divididas em três partes: políticas públicas; inovação e empreendedorismo; e participação na governança global.

Dentre as recomendações sobre políticas públicas, foram citadas: a garantia que a juventude participe dos processos de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas; a proteção dos direitos da juventude e a garantia de oportunidades para o desenvolvimento dos jovens; o estabelecimento de um centro de pesquisa da juventude dos BRICS e a criação de uma plataforma para conselhos nacionais e demais organizações de juventude visando a facilitação da implementação dessas recomendações em seus respectivos países.

Para a área de a inovação e empreendedorismo, ficou estabelecida a criação de uma plataforma online para a troca de informações sobre a juventude dos BRICS em relação a dados e notícias, bolsas de estudos, oportunidade de empregos, conferências e eventos culturais. Jovens empreendedores poderão contar com uma incubadora de negócios que será desenvolvida especialmente para os países do bloco, acompanhada pelo desenvolvimento de uma cadeia de serviços que incentivará pequenos e médios negócios e pela sugestão da facilitação da obtenção de vistos entre os cinco países para fins culturais e educacionais.

Em relação à governança global, as recomendações foram o estabelecimento de um Secretariado permanente dos BRICS; a abertura de canais que possibilitem trocas entre a juventude; a criação de um plano de ação conjunta para os principais temas, de um fórum para jovens parlamentares e de um mecanismo conjunto para o compartilhamento de conhecimentos acerca de segurança cibernética.

Uma das integrantes da delegação de nove jovens brasileiros que participaram do evento coordenadas pelo Diplomacia Civil, Louise Marie Hurel, que atua como pesquisadora no Núcleo de Análise de Conjuntura da Escola de Guerra Naval, afirmou sobre a importância de se ouvir as questões dos jovens para assegurar as mudanças necessárias na governança global:

 

“O novo sistema de governança multilateral, que inclui o mecanismo dos BRICS, deve incluir grupos de jovens no desenvolvimento de infraestrutura, cooperação em segurança cibernética e de políticas para a juventude para que os jovens possam se beneficiar desse sistema”.

 

Outra delegada participante pelo Diplomacia Civil, Keila Cândido, que atua como jornalista na agência de notícias chinesa Xinhua, redigiu um relato completo sobre a importância do evento e contou um pouco mais sobre como foi a participação da delegação brasileira:

 

“Estivemos no fórum com dezenas de jovens entre acadêmicos, empreendedores e parlamentares, pensando na juventude do nosso país e dos outros países dos BRICS, com a responsabilidade de discutir problemas e buscar soluções. Foi uma troca intensa e muito positiva de ideias dentro da nossa delegação para chegar a um consenso sobre o que deveria ser sugerido na mesa final de negociação.

Existe o senso comum de que os jovens são o futuro, mas na verdade eles são presente. Tentamos deixar essa mensagem clara nas discussões, pois isso coloca pressão para que as políticas sejam implementadas no presente. A partir de agora, a questão é fazer com que cada delegação volte para o seu país e acompanhe como os seus governos estão avançando na implementação do Plano de Ação.

O Brasil é o país mais aberto dos BRICS, e isso se refletiu na maneira como a nossa delegação formulou as propostas. O mecanismo do BRICS foi criado para estabelecer no mundo um sistema mais igualitário, inclusivo e aberto, portanto tentamos levar pautas que refletissem isso, por exemplo na questão de gênero e discrepância salarial. Muitos temas são sensíveis, o que tornou a negociação multilateral mais complexa. No entanto, nossas propostas estavam de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, e conseguimos inserir isso no documento final.”

 

Foto 4: Delegação brasileira no BRICS Youth Forum 2017

 

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