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Documento entregue com opinião de jovens brasileiros gera interesse no Habitat III

A delegação do Diplomacia Civil passou a última semana em Quito, Equador, para participar do Habitat III, evento promovido pelo Programa da ONU para Assentamentos Humanos (UN-Habitat), que discute habitação e desenvolvimento sustentável urbano para implementar uma Nova Agenda Urbana para o século 21.

A delegação, formada por Bruno Santos, Inara Pagnussat, Juliana Lucchini, Leandro Hermann, Marcelle Borges, Maria Clara Moreira, Pedro Casali, Rebeca Grinspum e Vagner Ocner, participou antes da viagem de quatro workshops preparatórios para tirar um melhor proveito da experiência, além de ter criado um position paper (disponível aqui) com a opinião da juventude brasileira para ser entregue a autoridades relevantes.

Já no primeiro dia do evento, os delegados deram entrevista para um documentário de comemoração dos 70 anos da UNESCO, dirigido por Fernando Meirelles, no qual falaram sobre suas expectativas para o Habitat III e experiências e trajetórias pessoais.

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Delegada Rebeca Grinspum dá entrevista para UNESCO. Foto: Global Attitude

A delegação se dividiu entre as palestras de maior interesse para cada área em que atuam, como foi o caso de Pedro, que participou de um debate organizado pelo Major Group for Children and Youth da ONU. “Foi um debate a respeito da participação de jovens em autoridades e governos locais. Foi legal compartilhar minhas opiniões, ideias, experiências sobre assunto, mas também ouvir de outras delegações, como a da África do Sul, Libéria, Austrália… e sentir o contraste e as similaridades que temos com estes jovens. Brasileiro às vezes tende a reclamar de tudo do país, mas comparando com outros vejo que, em vários aspectos, estamos até bem posicionados”, explica.

Pedro participou, ainda, de uma palestra voltada a projetos e cidades que estão combatendo a corrupção, entre eles estava um projeto da cidade de São Paulo. Já Marcelle atendeu a mesas de discussão sobre produção social do Habitat, experiências ao redor do mundo com habitação de interesse social e direito à cidade. “Muito se falou sobre a valorização das experiências locais, de se levar em conta os interesses das comunidades e o impacto que a mudança da casa, as melhorias do espaço de habitar, serão capazes de provocar a mudança nas cidades”.

A delegação teve a oportunidade de conhecer e conversar com Helen Clark, ex-Primeira Ministra da Nova Zelândia e chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Dana Podmolikova, Youth & Urban Sports Specialist do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (UN-Habitat) e Renato Balbim, representante e coordenador de pesquisas do IPEA.

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Delegados ao lado de Helen Clark, ex-Primeira Ministra da Nova Zelândia e chefe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Foto: Global Attitude

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Reunião com Renato Balbim, promovida pelo Diplomacia Civil. Foto: Global Attitude

“Um dos pontos altos da conferência foi a reunião que tivemos com Renato Balbim, na qual conversamos sobre a última publicação pela qual ele foi responsável e toda a rede de cidades que hoje existe no mundo”, lembra Marcelle.

Pedro afirma que a reunião mais interessante foi realizada com Dana. “Me interessei muito pelo trabalho dela e já identifiquei oportunidades para trabalharmos em conjunto, para que consigamos uma parceria com essa parte da ONU em projetos sociais relacionados ao esporte”, explica, animado.

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Delegados conversam com Dana Podmolikova. Foto: Global Attitude

Os delegados entregaram o position paper, produzido por eles mesmos e considerando a opinião da juventude brasileira, coletada através de uma consulta pública, a representantes de governos, projetos e organizações.

Segundo Vagner, o documento que tinha em mãos foi entregue ao Dr. Álvaro García Gutiérrez (diplomata do Equador), Aurélie Brès (Diretora regional da América Latina e Caribe da FAO), Luis Guilermo Guerrero Calderón (General Coordinator Construya Project) e ao Dr. Rafael Ruiz de Castañeda (Santé globale – Université de Genève). “As entregas dos positions papers decorreram após uma longa conversa com os receptores sobre a questão agrícola e urbanização. De forma geral, o documento foi aceito com grande abertura e curiosidade. Todos aceitaram o documento e realizaram dezenas de perguntas sobre ele: como foi elaborado, por quem, número da amostragem no levantamento da opinião cívica, etc”.

Já Pedro apresentou o documento a representantes da Mercociudades, aliança colaborativa de mais de 300 cidades do Mercosul, liderada este ano pela prefeitura de São Paulo. “Eles se mostraram bastante interessados em ouvir a voz da juventude e levar a nossa opinião em consideração. Prometeram contato com a gente para que o que escrevemos seja levado em consideração daqui pra frente na Nova Agenda Urbana”, diz.

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Delegado Pedro entrega Position Paper a Vicente Trevas, Secretário Executivo de Relações Internacionais e Federativas de São Paulo e representante da Rede Mercociudades. Foto: Global Attitude

A delegação demonstrou grandes ânimos com o evento em geral, voltando já com ideias para projetos futuros, contando com o valioso networking que fizeram ao longo da semana no Equador. “Minhas expectativas referente ao Habitat III superaram todo ideário que eu realizava. Meus anseios referente a minha trajetória profissional mudou completamente e estou mais aberto ao todo, na foma ampla da palavra. Este projeto foi um dos melhores investimentos que eu já fiz. Estou feliz, muito feliz”, afirma Vagner.

Marcelle, por sua vez, apesar de ter gostado da experiência, detalhou algumas críticas que percebeu durante o evento. Segundo ela, o Habitat III “foi bastante elitista, com participação mais expressiva de governos ou organizações que trabalhavam com o poder público nas decisões sobre a Nova Agenda Urbana e muito pouco se falou sobre soluções”.

Apesar disso, ela se maravilhou com a forte presença de mulheres na liderança. “Falas muito bem fundamentadas, com muita força de querer provocar a mudança, a partir de uma noção maior de igualdade que vai além da questão de gênero. Apesar das críticas que ainda tenho sobre o evento e sobre a própria definição da Nova Agenda Urbana, saio com uma faísca de esperança de que, no trabalho de formiguinha, nessa vontade e ação coletiva, somos capazes de criar cidades mais justas”, sentencia.

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