No dia 28 de outubro, a população vai às urnas para eleger o próximo presidente e, assim como ocorreu no primeiro turno, o Diplomacia Civil se compromete com a ideia da informação sendo um dos maiores recursos para a tomada de uma decisão. Por isso, reunimos as propostas dos dois candidatos à presidência do Brasil – Fernando Haddad e Jair Bolsonaro – voltadas às áreas de Política Externa e Educação, expondo assim a forma como cada presidenciável entende as relações com os demais países, acordos internacionais e educação para a juventude brasileira.
Em combate à disseminação das chamadas fake news, as informações apresentadas se baseiam não só nos próprios planos de governo protocolados na Justiça Eleitoral, como também nos sites e redes sociais oficiais dos candidatos e entrevistas concedidas aos meios de comunicação.
Confira as propostas:
- Sepultar o Foro de São Paulo;
- Fazer negócio com o mundo todo, sem viés ideológico, aprofundando integração com países “livres de ditaduras” e prioridade a nações como Israel;
- Revogar a lei de imigração e fazer campo de refugiados “com a ajuda da ONU”, para lidar com a migração de venezuelanos para o Brasil;
- Mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém, assim como fez Donald Trump, e fechar a Embaixada da Autoridade Palestina no Brasil;
- Reduzir alíquotas de importação e barreiras não tarifárias. Constituir novos acordos bilaterais internacionais;
- Retirar o Brasil do Acordo de Paris sobre o clima — assim como fizeram os Estados Unidos no governo de Donald Trump;
- Retirar o Brasil do Comitê de Direitos Humanos da ONU, o qual fez recomendação a favor da candidatura de Lula. Candidato chegou a dizer que cogitaria retirar o Brasil da ONU, dois dias depois disse que havia se expressado mal quando declarou que esta seria “uma reunião de comunistas, de gente que não tem qualquer compromisso com a América do Sul”;
- Extraditar Cesare Battisti, ex-ativista italiano, considerado pelo candidato um “terrorista”.
Fernando Haddad
- Retomar a política externa de integração latino-americana e a cooperação Sul-Sul (especialmente com a África) nas áreas de saúde, educação e segurança alimentar;
- Fortalecer Mercosul, Unasul, BRICS e Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (IBAS) e dar protagonismo ao Itamaraty;
- Fortalecer instrumentos de financiamento do desenvolvimento, como FOCEM, Banco do Sul e Novo Banco de Desenvolvimento (NBD);
- Apoiar o multilateralismo, a busca de soluções pelo diálogo e o repúdio à intervenção e a soluções de força;
- Defender a reforma da ONU, em particular o Conselho de Segurança, assim como dos instrumentos de proteção aos Direitos Humanos no plano internacional e regional.
- Priorizar o Ensino Médio, criando o Programa Ensino Médio Federal, de forma a ampliar a participação da União nesse quesito e fazer convênio com Estados para assumir escolas localizadas em regiões de alta vulnerabilidade. Também criar um programa de permanência para jovens em situação de pobreza e revogar a reforma do Ensino Médio do governo Michel Temer;
- Criar a Escola com Ciência e Cultura, para valorizar a diversidade e servir de contraponto à Escola Sem Partido;
- Expandir as matrículas no Ensino Superior e nos ensinos técnico e profissional;
- Realizar anualmente uma Prova Nacional para Ingresso na Carreira Docente na rede pública de educação básica;
- Refinanciar as dívidas de estudantes do Fies;
- Revogar a emenda do teto de gastos. Retomar os recursos dos royalties do petróleo e do Fundo Social do Pré-Sal para saúde e educação.
- Defende a adoção da educação à distância no Ensino Fundamental, Médio e universitário, com aulas presenciais em provas ou aulas práticas, o que “ajuda a combater o marxismo”;
- Retomar no currículo escolar as disciplinas educação moral e cívica (EMC) e organização social e política brasileira (OSPB) – ensinadas durante a ditadura militar;
- Defende a cota social e, por isso, propõe a diminuição do percentual de vagas para cotas raciais;
- Ampliar o número de escolas militares, fazendo parcerias com as redes municipal e estadual. Em dois anos, ter um colégio militar em cada capital. Fazer o maior colégio militar do país em São Paulo, no Campo de Marte;
- Não admitir ideologia de gênero nas escolas. Defende educação “sem doutrinação e sexualização precoce”. “Nós precisamos de um presidente que trate com consideração criança em sala de aula, não admitindo ideologia de gênero, impondo a Escola Sem Partido”.