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Cresce para 5,4 milhões o número de jovens que não estudam ou trabalham

Cresce para 5,4 milhões o número de jovens que não estudam ou trabalham

Pensando em capacitar os jovens ao mercado de trabalhos, especialistas acreditam que com união entre empresas e o governo, o cenário poderá ser diferente.

Por , Redação Super Finanças — São Paulo 05/06/2024

Aconteceu na última semana de maio, um evento de Empregabilidade Jovem, promovido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) e durante o evento, foram divulgados dados sobre o número de jovens que estão entre 14 e 24 anos que não trabalham ou estudam.

De acordo com a Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério de Trabalho e Emprego, nos três primeiros meses do ano passado, a taxa era de 4 milhões de pessoas, contudo, no mesmo período deste ano, houve um crescimento de 1,4 milhões, totalizando, 5,4 milhões de pessoas.

A análise realizada explica que esse crescimento se deve a diferentes fatores e atinge, principalmente, as mulheres que representam 60% do total desse público. Segundo a subsecretária, Paula Montagner, as jovens têm sofrido para ingressar no mercado e ao mesmo tempo que este fator interfere, a pressão da sociedade para que tenham filhos mais jovens e da parcela de conservadorismo ainda existente na população, que acredita que só o homem trabalhando é suficiente.

Com isso, elas entram mais tarde no mercado e, com menos qualificação, consequentemente, com uma remuneração menor. Com o intuito de diminuir o número de jovens desempregados, diferentes ONG’s e Institutos entram em ação, como é o caso do Instituto Global Attitude (IGA), que cria projetos como o Empodera Juventudes, que tem como foco preparar o jovem para o mercado de trabalho.

                                   Jaqueline Brito, coordenadora de projetos do Instituto Global Attitude – Divulgação / IGA

“Um dos principais desafios enfrentados pelos jovens ao ingressar no mercado de trabalho é a falta de experiência e habilidades específicas. Muitas vezes, eles se deparam com uma lacuna entre o que aprenderam na escola e as demandas do ambiente de trabalho. Aprender a redigir um currículo, se comportar em entrevistas, trabalhar em equipe e lidar com situações sob pressão são apenas algumas das habilidades necessárias que podem não ter sido completamente desenvolvidas durante a educação formal”, explica Jaqueline Brito, coordenadora de projetos do IGA.

Conheça as alternativas criadas pelo governo para auxiliar os jovens

Além dos programas gratuitos de vagas de emprego e cursos, com o intuito de diminuir a porcentagem de abandono do ensino médio, o governo federal lançou o programa Pé-de-Meia, que oferece um incentivo financeiro a jovens de baixa renda.

O programa tem como missão fazer com que os jovens permaneçam matriculados e concluam o ensino. Os valores são de R$ 3 mil anuais por beneficiário, chegando até R$9,2 mil nos três anos de ensino médio.

A participação no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) garante ao estudante um acréscimo de R$200.

Diferentes tipos de contratação e a relação com a taxa

Sendo os jovens, 17% da população brasileira, entende-se que somam 34 milhões de pessoas. Contudo, desse total apenas 14 milhões tinham ocupação no primeiro trimestre do ano. E 45% trabalhavam de forma informal, o que corresponde a 6,3 milhões.

“A informalidade tem a ver com o fato dos jovens trabalharem predominantemente em micro e pequenas empresas. Jovens que vão muito cedo para o mercado de trabalho e não vão na condição de aprendizes; na maioria das vezes não têm uma situação de contratação formalizada. Quase sempre eles estão trabalhando como assalariados, sem carteira de trabalho assinada, porque o empregador, por vezes, fica na dúvida se o jovem vai, de fato, desempenhar corretamente as funções, se ele vai gostar do emprego ou não. Então, eles esperam um tempo um pouquinho maior para formalizá-los”, explicou.

Neste levantamento, notaram o aumento da contratação de aprendizes e estagiários. Entre os anos de 2022 e 2024, ocorreu um aumento de 100 mil jovens. Em abril deste ano, já somavam 602 mil. Com relação aos estágios, o crescimento foi de 37%, passando de 642 mil para 877 mil pessoas.

Inserção responsável do jovem no mercado

Para Jaqueline, a inserção responsável dos jovens no mercado de trabalho não é apenas uma questão de oportunidades de emprego. “Isso também implica em prepará-los adequadamente para os desafios que enfrentarão e para os papéis que desempenharão na sociedade”, afirma a líder do projeto que acontece na cidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo.

A especialista acredita que por meio de parcerias entre governos, empresas e instituições educacionais, será possível garantir que os jovens tenham as oportunidades e os recursos necessários para ter sucesso em suas carreiras e contribuir de forma significativa para a sociedade.

“Ao preparar adequadamente os jovens para o mercado de trabalho e capacitá-los a se tornarem profissionais responsáveis e dedicados, estamos construindo uma base sólida para o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável”, conclui.

Confira a íntegra da reportagem.

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