Entre os termos que se popularizaram no campo de Relações Internacionais (RI) nas últimas décadas, sem dúvida, está a expressão “paradiplomacia”.

Usualmente aplicada como sinônimo de “diplomacia federativa”, refere-se a uma forma de pensar a inserção internacional dos países partir de interesses e necessidades locais, sobretudo de Estados e Municípios, abarcando as ações de governos subnacionais.

Introduzida em 1990 na literatura especializada por meio de Soldatos, a ideia foi mencionada de forma oficial pela primeira vez, no Brasil, em 1995, pelo então chanceler Luiz Felipe Lampreia em uma audiência pública no Congresso Nacional.

De lá para cá, acompanhamos uma série de avanços, como a criação da Assessoria de Relações Federativas (ARF), ainda na mesma década, responsável por realizar a interface entre o governo federal e os Estados e Municípios nos temas de política externa, que mais tarde  foi transformada em Assessoria Especial de Assuntos Federativos e Parlamentares (AFEPAR). Ela constituiu-se fundamental no diálogo transdisciplinar entre os poderes. Além disso, testemunhamos uma série de Secretarias estaduais e municipais sendo estruturadas para coordenar projetos e ações internacionais das unidades subnacionais, que passaram a negociar acordos e captar investimentos de forma descentralizada.

Na prática, portanto, a agenda de política externa, antes reservada e monopolizada pelos Estados nacionais, abriu-se também para os entes federados, valendo-se de sua legitimidade e autonomia para desenvolver projetos de cooperação de acordo com sua competência e permitindo-lhes participar de redes internacionais dos maior variados tipos. Por tabela, para os profissionais que atuam em RI, a paradiplomacia passou a constituir também uma nova seara de oportunidades profissionais que não se pode desprezar.

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