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Representação da sociedade civil é destaque no Spring Meetings 2018

Entre os dias 16 e 23 de abril a delegação do Diplomacia Civil participou do Spring Meetings 2018 e do Civil Society Policy Forum, evento paralelo voltado à sociedade civil. Oito jovens delegados vivenciaram em Washington, Estados Unidos, uma atribulada agenda de palestras, debates e reuniões exclusivas com grandes nomes internacionais, como o Diretor Executivo do Banco Mundial, Otaviano Canuto, e o Prof. Dr. Mark Langevin, Diretor da Brazil Initiative e Professor Pesquisador na Elliott School of International Affairs.

Delegação em reunião com Otaviano Canuto, Diretor Executivo do Banco Mundial. Foto: Global Attitude

Realizado anualmente pelo Banco Mundial e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o Spring Meetings foca no debate de questões da economia global, desenvolvimento internacional, mercados financeiros mundiais e no progresso das políticas adotadas pelas duas organizações durante o ano. O evento reúne bancos centrais, ministros de finanças e desenvolvimento, parlamentares, representantes de organizações da sociedade civil, acadêmicos e o setor privado, além dos delegados do Diplomacia Civil: Arthur Pieper Neto, Bruno Rech, Catherine Shirazi, Lina Câmara, Lucas Lima, Maria Lívia de Souza, Tainah Pereira e Yuri Jordy.

“Me surpreendi ao ouvir muito mais do que macroeconomia, investimentos e ajuste fiscal, em painéis com profissionais de diversos backgrounds e sotaques. Foi fascinante saber a respeito de iniciativas vindas da Indonésia, Tunísia, Costa do Marfim, Chile, México, Egito e mais uma vintena de países, em temas tão diversos como desenvolvimento de lideranças em escolas, inclusão digital, igualdade de gênero no ambiente de trabalho, combate à corrupção, empreendedorismo, transparência, startups, inovação tecnológica, big data e inclusão LGBTI”, afirma Arthur.

Delegação se encontra com o Sub-secretário do Tesouro Nacional, Pedro Maciel. Foto: Global Attitude

O delegado diz, ainda, que se decepcionou com a baixa participação brasileira no evento, tanto de palestrantes quanto de espectadores. “Isso me deu mais convicção da importância de programas como o Diplomacia Civil”. Por outro lado, a sociedade civil teve grande voz e participação durante o fórum, garantindo um espaço de discussão em meio a economistas, banqueiros, acionistas e a elite financeira mundial. “Não dá pra dizer que a representação seja suficiente e sei que ainda está muito longe de resultados práticos amplamente favoráveis às populações mais necessitadas, mas é um avanço saber que esse espaço existe e pode ser ocupado, utilizado e ampliado”, sentencia.

Para Tainah, os debates do Civil Society Policy Forum foram o ponto alto do evento, uma vez que estudiosos do FMI e do Banco Mundial pressionaram ambas as instituições “por respostas aos efeitos colaterais de seus programas”, com “destaque especial para um debate sobre as políticas de austeridade que aconteceu no FMI em que uma brasileira do INESC [Instituto de Estudos Socioeconômicos] rebateu um diretor do FMI, apontando as consequências negativas das políticas de austeridade que estão sendo conduzidas pelo governo Temer”.

Ainda segundo Tainah, o Spring Meetings ampliou sua visão sobre a atuação das organizações, ao mesmo tempo em que lhe apresentou outras entidades que trabalham paralelamente ao Banco Mundial e FMI, destacando-se as que fiscalizam e pressionam o cumprimento das políticas traçadas.

Foto: Global Attitude

Já para Lucas, as palestras que abriram espaço para a interação da plateia foram os destaques do evento, como as da área de New Economy Forum, onde “temas interessantes e atuais foram abordados em salas menores, com público reduzido, possibilitando que a audiência realizasse questionamentos na hora”, diz o delegado, que destaca ainda a palestra com Bill Gates e o talk sobre Digital Economy for Africa, o qual contou com o presidente do Banco Mundial, o CEO do LinkedIn e o Presidente da Tony Emelulu Foundation.

Palestra com Bill Gates e presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim. Foto: Global Attitude

“Além de um incrível networking realizado com a própria delegação, acredito que para minha linha de pesquisa e área de atuação o networking com o pessoal da área que estava tratando diretamente sobre divulgação dos ODS [Objetivos do Desenvolvimento Sustentável] foi interessante, onde consegui relatos e informação de novas fontes, onde consigo desenvolver e aperfeiçoar um trabalho que já vem sendo feito há 2 anos”, finaliza.

Em relação às conquistas voltadas a networking, a delegação é unânime: o evento se tornou uma fonte importante de contatos para suas áreas de pesquisa, trabalho e ideias para novos projetos. “Um evento como este sempre abre novas oportunidades profissionais, seja pelo networking, pela própria linha de atuação das instituições anfitriãs ou pela própria repercussão do evento. No início, não tinha nenhum interesse em aplicar para um programa de carreira dessas instituições, mas certamente depois dessa experiência, é algo a considerar, mesmo sendo advogado autônomo”, afirma Yuri, que após a reunião com o professor Mark Langevin começou até a considerar um pós-doutorado Elliott School. Assim como Tainah inspirou-se em fazer um doutorado na mesma instituição.

Reunião com o Prof. Dr. Mark Langevin, Diretor da Brazil Initiative. Foto: Global Attitude

“O Diplomacia Civil com certeza é um marco na minha carreira. Foi uma excelente oportunidade de conhecer de perto as instituições que estudo e onde gostaria de trabalhar, de trocar ideias e experiências com pessoas extremamente competentes e engajadas e também de conhecer uma cidade pulsante e importantíssima para a política mundial, que é Washington D.C.”, finaliza Tainah.

Saiba mais sobre o que os delegados têm a dizer:

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