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Educação em tempos de pandemia

Educação em tempos de pandemia

Em um cenário pré-pandemia de COVID-19, dados coletados pela Associação Brasileira de Startups (a ABStartups) apontaram existir, em 2019, 449 empresas no Brasil identificadas como “edtechs”, as empresas de tecnologia voltadas a ensino.

Levantamentos feitos pela Distrito Edtech Report 2020 com o cenário de empresas em 2020, considerando 559 edtechs, identificou 20% delas como plataformas para educação e 22,2% como novas formas de ensino. A fatia de mercado dessas empresas é um reflexo das mudanças no ensino decorrentes da pandemia de COVID-19 e do fechamento das escolas, faculdades e universidades das redes pública e privada no país.

Segundo dados do Senado Federal, em agosto de 2020 identificou-se que 58% dos estudantes passara, a ter aulas remotas em razão da pandemia. A transferência das salas de aula para o ambiente digital trouxe oportunidades para a inovação em tecnologias aplicadas ao ensino, enquanto também trouxe desafios para a o elemento humano dessa relação, que em ambos os lados das telas é muito impactado pelas limitações que a falta de convívio presencial traz para o aprendizado.

O estudo à distância, em si, não é novidade. Porém, para que está fora das salas de aula, às vezes é difícil imaginar as novas dinâmicas nascidas da necessidade do ensino à distância não opcional. Nessas dificuldades é que as metodologias de ensino puderam ser revisitadas para viabilizar que o ensino seguisse a despeito dos longos períodos de quarentena.

A Professora Doutora Lays Cherobim Parolin*, professora do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da PUC/PR, descreve esse mergulho em metodologias de ensino como um resgate de métodos que já existiam, mas eram pouco utilizados por parte docentes em sala de aula antes da pandemia.

“Temos buscado estratégias e metodologias que possam ser utilizadas em aulas online para suprir o que faz falta na interação com os estudantes, em comparação às aulas presenciais. E as metodologias não foram modificadas – pesquisando metodologias já existentes pudemos selecionar as que fazem mais sentido para aulas online. Isso inclui ferramentas de ensino como softwares e aplicativos para fazer de uma forma atrativa nas aulas online aquelas atividades que já fazíamos aulas presenciais”.

A Prof.ª Dr.ª Lays, que vê o seu papel de professora como mobilizadora do processo de aprendizagem, relatou que em suas aulas presenciais já fazia o uso de metodologias ativas de ensino, voltadas às interações dos estudantes, acompanhamento da compreensão dos temas abordados em aula e com aprendizado mais colaborativo entre os estudantes. A passagem para as aulas online não trouxe grandes mudanças nesse aspecto, mas as ferramentas audiovisuais puderam ser usadas com muito mais profundidade e não como “atividades extra” para as aulas.

“Eu percebi que, antes da pandemia, eu utilizava muito pouco os recursos audiovisuais existentes. Eu leciono com temas da área ambiental e para aulas de algumas das minhas disciplinas, como Ecologia, por exemplo, há muitos documentários com imagens incríveis disponíveis em sistemas de streaming pagos e gratuitos. Há muito material interessante em ferramentas comuns, mas que eu subutilizava por considerá-los como materiais para aulas práticas. Mas hoje percebo como ferramentas muito boas para dinamizar as aulas teóricas, então vou levar o uso dessas ferramentas da sala virtual para a sala presencial (quando isso for possível)”.

Os dados da StartupBase indicam que das 13.365 startups em atuação no Brasil, 8,37% estão voltadas para o setor da educação. Experiências como as relatadas acima indicam que há espaço para que o relacionamento entre educação e tecnologia possa ser expandir ainda mais.


Os dados indicados podem ser encontrados nos hiperlinks citados no texto.

Sobre a entrevistada: * Lays Cherobim Parolin é Bióloga pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), mestre em Biologia Animal, ênfase em Ecologia e Comportamento, pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Doutora pelo mesmo programa com período de sanduíche na Texas A&M University. Possui experiência nas áreas de Zoologia, Etologia, Ecologia e Biologia da Conservação, com foco no estudo de mamíferos. Atualmente ministra as disciplinas de Zoologia de Invertebrados, Ecologia e as disciplinas relacionadas ao desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso no Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, além de ser colaboradora no Centro de Ensino e Aprendizagem desta Universidade. Seus trabalhos como divulgadora científica podem ser acompanhados em seu perfil no Instagram @laysparolin

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