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Ex-delegada do Diplomacia Civil é um dos 5 brasileiros selecionados à BRICS International School

A ex-delegada do Diplomacia Civil para o OECD Forum 2018, Rebecca Faroro Giovannetti, 21, foi uma das cinco brasileiras agraciadas com a bolsa da BRICS International School, programa do Russian National Committee on BRICS Research, junto ao Alexander Gorchakov Public Diplomacy Fund, que busca treinar e ensinar jovens sobre as questões políticas, econômicas e humanitárias do bloco, além de áreas específicas de interação dos países integrantes.

35 jovens integrantes dos países dos BRICS foram selecionados para a imersão, que se deu entre os dias 27 e 31 de agosto, em Moscou, Rússia. Nele, Rebecca e os demais participantes assistiram a uma série de cursos e palestras ministradas por especialistas, representantes do governo, organizações não-governamentais, ministérios e agências russas e internacionais.

A programação cobriu temas como cooperação econômica e comercial entre os BRICS, investimentos, cooperação energética, diplomacia pública da juventude na teoria e na prática, 4a Revolução Industrial, eloquência e discurso, além de palestras específicas sobre cada país do bloco.

Ex-delegada assiste a palestra na BRICS International School. Foto: Arquivo pessoal

“Foi muito interessante. Havia um maior foco na Rússia, mas falaram bastante sobre como você se encaixa no contexto dos BRICS. Tivemos uma palestra com Antônio Luis Espinola Salgado, embaixador do Brasil na Rússia, que falou como o Brasil se encaixa entre os BRICS e o quanto o Brasil tem um prestígio de participar do bloco. Tivemos também várias palestras com professores russos, que trabalham bastante nesse tema”, explica a estudante de Relações Internacionais e Economia pela Boston University.

Além de Rebecca, participaram como representantes da juventude brasileira o diplomata Pedro Sloboda, a mestranda em Sustainable Development pela Xinhua University e pela University of Geneva, Victoria Castro, o mestrando em Direito Internacional pela USP, Caio Duarte, e Ticiana Alvarez, graduanda em Economia Política pela UFRJ e integrante do PCdoB.

“Tínhamos um nível diferente em relação às nossas educações, áreas profissionais e idades, mas foi interessante ter um contexto de patamares tão diferentes. As mulheres [brasileiras], em particular, eram muito inspiradoras”, lembra a ex-delegada, que ressalta ter interagido bastante com os demais participantes do programa, os quais demonstravam grande interesse em entender a atual situação econômica e política do Brasil.

Rebecca ao lado de outras participantes do programa. Foto: Arquivo pessoal

“Eu percebi que essas pessoas estão muito interessadas em se manter conectadas e integradas com o resto do mundo. Ficamos bem amigos de várias pessoas lá. Foi uma integração interessante e saber como as pessoas vivem nos outros países foi incrível, porque não temos muito contato com isso quando estamos no Brasil”, continua.

Rebecca encontrou a oportunidade da BRICS International School por meio dos próprios canais de divulgação do Diplomacia Civil. Na ocasião, ela produzia uma tese honorária relacionada à temática dos BRICS e decidiu se inscrever, enviando currículo e vídeo que explicava seu interesse em receber a bolsa. “O OECD Forum, que participei em maio com vocês, ajudou muito, valorizou bastante o meu currículo. Eu já tinha participado de outros fóruns, mas esse foi um dos mais importantes. Também adicionei [à inscrição] o meu artigo, produzido para o programa e que vocês publicaram. Achei bem interessante colocar isso lá, dei bastante destaque”.

Ainda em contato com os demais delegados que participaram do fórum da OCDE, a estudante lembra que recebeu a notícia de sua seleção na BRICS International School por meio de um deles. “Giovanni [Razera] quem viu primeiro. Ele me deu parabéns no grupo [do Whatsapp] que mantivemos e nem eu nem ninguém tinha entendido o por quê. Acharam que era meu aniversário. Só depois vi que foi porque passei. Isso mostra que ainda somos muito amigos desde que fomos ao fórum”.

Delegada afirma ainda manter contato com toda a delegação participante do OECD Forum 2018. Foto: Global Attitude

Já na Rússia, Rebecca aproveitou para usar o que aprendeu como delegada do Diplomacia Civil: “eu aprendi muito com o pessoal e com o Felipe [coordenador da delegação] sobre como me portar em um contexto onde você tem que fazer aquele networking, ir atrás e fazer conexões dentro e fora da sua própria delegação. Isso me ajudou muito em ter estratégia para saber me comunicar com essas pessoas, tanto em um contexto acadêmico quanto profissional. São pessoas que estão fazendo pesquisa acadêmica, carreira internacional dentro dos BRICS e com certeza fiz conexões pro resto da minha vida”.

Retornando a Boston, nos Estados Unidos, onde finaliza sua graduação, a ex-delegada afirma ter modificado sua área de pesquisa e aspiração profissional após ganhar uma nova perspectiva com a experiência. Ela ressalta a importância de ter tido acesso a culturas tão diferentes às que já estava acostumada, principalmente a russa, da qual não tinha contato nenhum. “Até comecei a aprender um pouco de russo, mais por inspiração de outros membros brasileiros que falavam um pouco do idioma e pelos amigos que fiz lá”, afirma.

Brasileira recebeu certificado ao final do programa. Foto: Arquivo pessoal

Analisando o interesse da juventude brasileira em experiências internacionais e na relação do Brasil com o resto do mundo, Rebecca ressalta a importância de se ter uma noção sobre os diálogos internacionais que acontecem atualmente para voltar-se às questões brasileiras com uma mente mais aberta e agregando ao país o que foi aprendido observando outros países.

“Não falo que devemos nos basear em tudo o que o pessoal no exterior faz, até porque não acho certo, mas se ficar fechado apenas ao contexto nacional você perde muita coisa, não se abrindo pro resto do mundo. Minhas experiências agregaram muito na área acadêmica e na carreira, mas mesmo que as pessoas não tenham inspiração de ir ao exterior e seguir carreira internacional, é importante ter interesse em outras culturas e de querer participar disso tudo como um cidadão do mundo”.

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