Durante a Semana da Juventude da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Cascais, Portugal, nesta última semana de novembro, o Fórum da Juventude da CPLP elegeu o Brasil, de forma unânime, para a presidência da organização nos próximos dois anos, assumindo o protagonismo na juventude dos países membros.
Por meio da Comissão de Assuntos Internacionais do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), uma delegação composta por 11 integrantes do Conselho, aprovados pelo presidente da Comissão, foi apresentada a proposta do Brasil durante Assembleia Geral, garantindo o mandato presidencial a partir de 2018, com Guiné-Bissau na vice-presidência. Com isso, o país retoma um espaço no qual já exerce uma liderança histórica e amplia a influência dentro dos países da comunidade.
Segundo o Vice-Presidente do Conjuve, Marcus Barão, após o fim do mandato da vice-presidência em 2013, o Brasil se ausentou das atividades da organização e havia uma expectativa para seu retorno com uma forte atuação. A delegação que participou do evento esteve, ainda, no painel principal do Seminário de Mobilidade Acadêmica e Juvenil, realizado durante a Semana de Juventude.
“Desde o começo, a proposta era formar uma delegação plural, com distribuição geográfica representativa do Brasil, na qual os conselheiros e observadores tivessem um papel significativo na troca de experiências e negociações para a elaboração do documento final das reuniões. Os resultados só foram positivos”, explica Rodrigo Reis, presidente da Comissão de Assuntos Internacionais do Conjuve.
A nomeação garantirá que a juventude brasileira se mostre, internacionalmente, como um braço forte e um exemplo das boas práticas. “Os países aliados precisam muito de projetos e ações e a juventude brasileira está em ascensão. É o maior contingente jovem da história do Brasil, com maior número de projetos feitos pelo Conjuve, pelo CNJ [Conselho Nacional de Justiça] e pelas organizações participantes do Conjuve. O Fórum é agora uma organização internacional vinculada com a CPLP, então representaremos também internacionalmente os interesses da juventude da comunidade”, afirma Daniel Calarco, coordenador técnico da delegação brasileira.
O país se torna um grande aliado da juventude perante a comunidade internacional e dentro de cada uma das nações membro da CPLP, permitindo ainda que a nomeação traga benefícios à própria juventude brasileira, como “importar boas práticas dos países africanos e aumentar as oportunidades de mobilidade acadêmica com a Europa e África para formar cidadãos brasileiros capazes de articular, criar negócios e oportunidades não só no Brasil mas também nos outros continentes”, diz Calarco.
De acordo com Barão, o próximo desafio é construir uma agenda estruturada, com planos concretos, para a “identificação de recursos que viabilizem a mobilidade na comunidade e o fortalecimento de cada conselho da juventude em cada uma dessas comunidades”.