A data é lembrada como luta pela igualdade, representatividade, respeito e combate a retrocessos que ameaçam direitos de lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e interssexuais.
Por Redação, IGA SP — São Paulo 06/06/2024 10h21 Atualizado há 20 minutos
O mês de junho costuma ser marcado por diversos movimentos e passeatas do movimento LGBTQIAP+ pelo Brasil. Para se ter uma ideia, a 28ª Parada do Orgulho LGBT+, reuniu mais de 70 mil pessoas, na Avenida Paulista, em São Paulo. No Rio de Janeiro, o evento ultrapassou a marca dos 100 mil.
Em outros países, as diversas passeatas são marcadas por serem, ao mesmo tempo, uma celebração das relações homoafetivas e movimentos políticos, de reivindicação por direitos e cidadania por parte da comunidade LGBTQIAP+.
Porque junho é o mês do orgulho LGBTI+?
A data é importante porque remete à história do movimento LGBTQIAP+, já que, em 1969, houve a chamada revolta de Stonewall em Nova Iorque, que foi desencadeada quando grupos de homens homossexuais decidiram enfrentar a violência policial, da qual eles eram vítimas.
Na madrugada do dia 28 de 1969 o motim resolveu enfrentar a ação policial em um bar que era ponto de encontro de pessoas LGBTQIAP+. Como protesto, eles ficaram confinados dentro do bar. Nesse período, o grupo recebeu apoio de uma multidão de gays e lésbicas que ficaram do lado de fora.
O que significa LGBTQIAP+
A sigla LGBTQIAP+ remete à diversidade sexual existente entre os humanos e significa: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Intersexuais, Queer, Assexuais, Pansexuais, entre outros. Na década de 1990, alguns movimentos culturais e políticos utilizavam a sigla “GLS”, (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), para se referir à comunidade.
Com o tempo, outras expressões sexuais conquistaram visibilidade e relevância política dentro dos próprios movimentos LGBTQIAP+ E passaram a ser representadas também pela sigla do movimento.
“A violência motivada pela homofobia e transfobia é muitas vezes particularmente brutal, e em alguns casos caracterizada por níveis de crueldade superior a de outros crimes de ódio”, afirma o relatório do Escritório das Nações Unidas de Direitos Humanos (ACNUDH).
O que diz a ONU sobre o movimento?
“A luta contra a homofobia é uma parte essencial da batalha mais ampla dos direitos humanos para todos”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em seu discurso para o Fórum Internacional sobre o Dia Internacional Contra a Homofobia e Transfobia (IDAHO), realizado em Haia, na Holanda.
Ban Ki Moon, secretário-geral da Organização das Nações Unidas Reprodução / AFP
“A Declaração Universal dos Direitos Humanos promete um mundo que é livre e igual, e nós só vamos conseguir honrar essa promessa se todos — sem exceção — gozarem da proteção que merecem.” Ban Ki-moon ressaltou a responsabilidade dos governos de tomar a iniciativa para promover uma maior compreensão da questão, acabando com os estereótipos negativos.
Dados para entender a luta contra a homofobia no Brasil
As passeatas do movimento LGBTQIAP+ estão historicamente relacionadas com protestos de acesso à cidadania e a direitos. Listamos abaixo alguns dados para que se possa entender a importância da luta contra a homofobia no Brasil.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com base nos dados obtidos pelo Disque 100, referentes a 2017, sobre a população LGBT, constatou que:
- 73% dos estudantes LGBTs afirmam ter sido vítimas de violência verbal;
- 36% dos estudantes LGBTs afirmam ter sido vítimas de violência física.
- Além disso, as denúncias feitas por LGBTs mostram como o grupo ainda é vítima de violência:
- Violência psicológica: 35%
- Discriminação: 35%
- Violência física: 20%
Criminalização da homofobia
Em 2019, a LGBTfobia tornou-se crime no Brasil. Por meio de uma votação, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por um placar de 8 votos a 3, que a discriminação contra homossexuais e transexuais é um crime com pena prevista de 1 a 3 anos de prisão, além de multa.