Jovens em ações globais são agentes de mudança inspiradores. Afinal, com paixão e determinação, eles enfrentam desafios globais, como mudanças climáticas e desigualdade, através de iniciativas criativas e colaborativas. Essa geração demonstra um compromisso extraordinário em tipos de ações globais. Por exemplo, como construir um mundo mais justo e sustentável, destacando a importância do envolvimento jovem na construção do nosso futuro comum.
Inicialização Jovem em Ações Globais
Dessa maneira, considerando que a população jovem[1] é aquela que irá experimentar grande parte dos efeitos das mudanças climáticas e das consequências de ações políticas tomadas atualmente, não é novidade que os jovens tenham se envolvido em ações para mudar o Planeta. Nomes como Greta Thunberg, Quannah Chasinghorse, Seshana Aviananda, Arora Akanksha, Tere Gonzales, Anoka Primrose Abeyrathne e David Naibei são famosos por sua influência jovem. Do mesmo modo, Khizr Imran Tajammul, Autumn Peltier, Bruno Rodriguez e Renata Koch Alvarenga também fazem parte desse movimento juvenil. A princípio, movimento que busca garantir que os jovens tenham sua voz ouvida principalmente em atividades e projetos governamentais. A atuação dos jovens ocorre em diversos países, em diferentes escalas (do local ao internacional) e com distintas frentes de mobilização. Exemplos dessa atuação vão desde ações vinculadas à Agenda 2030, climática global, biodiversidade, água, igualdade de gênero, democracia e direitos humanos.
Se antes líderes, governos e organizações tinham dificuldade e receio em aceitar a participação dos jovens no processo políticos, decisórios e institucionais, o cenário atual é outro. Além da proliferação de organizações e movimentos liderados por jovens, à exemplo do EmpoderaClima, Water Youth Network, World Youth Parliament for Water, European Youth Parliament for Water, Mediterranean Youth for Water Network e do Fridays for Future, muitos governos e organizações internacionais passaram a incluir os jovens em suas atividades. Esse processo acabou sendo impulsionado principalmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo seu Secretário-Geral. Ambos, reconheceram eventualmente que ações voltadas para os jovens são uma das principais prioridades da organização. A atuação dos jovens é de tal importância que, atendendo à recomendação da Conferência Mundial de Ministros Responsáveis pela Juventude de 1998, o dia 12 de agosto se declara o Dia Internacional da Juventude pela Assembleia Geral da ONU em 1999.
Iniciativas da ONU
Desde 2013 a ONU conta uma posição dedicada para as questões ligadas aos jovens, denominada Enviado do Secretário-Geral para a Juventude (em inglês Secretary-General’s Envoy on Youth), o qual é responsável por incorporar as demandas e anseios dos jovens no Sistema das Nações Unida, harmonizando diferentes interesses para melhorar, capacitar e fortalecer a posição dos jovens. De 2013 até 2017 Ahmad Alhendawi serviu como o Enviado do Secretário-Geral para a Juventude. Atualmente, a posição ocupa-se por Jayathma Wickramanayake, a qual assumiu o cargo em 2017. Jayathma têm 30 anos é natural do Sri Lanka. Antes de assumir a posição na ONU, Wickramanayake atuava no desenvolvimento de jovens em nível internacional e nacional.
Outras iniciativas da ONU são o projeto Youth2030 e a Resolução Youth, Peace and Security (UNSCR 2250). O Youth2030 faz parte de uma estratégia ambiciosa que a ONU desenvolveu para orientar todas as suas agências, parceiros e países membros para trabalhares de forma significativa com e para jovens em todo o mundo. Já a resolução UNSCR 2250, adotada em dezembro de 2015, reconhece o papel que os jovens possuem na agenda de paz e segurança. Em conjunto com a Resolução 2419 (adotada em 2018) do Conselho de Segurança da ONU, elas reafirmam o comprometimento da organização com os jovens, reconhecem o papel da juventude na construção da paz e asseguram que a organização atuara no desenvolvimento de ações para o engajamento e participação da juventude nos processos de paz.
Ações Globais da Juventude
Além do protagonismo da ONU na difusão da importância dos jovens, vale mencionar algumas das outras iniciativas que valorizam a juventude em processos decisórios. Exemplos desses casos recaem na criação de posições especificas dentro dos conselhos diretivos de empresas e organismos internacionais, desenvolvimentos de programas para jovens e parcerias com conselhos nacionais da juventude. A Câmera de Comércio e Indústria do BRICS (grupo composto pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – países considerados como as principais economias emergentes e potências políticas em nível regional e internacional) possui o programa BRICS CCI Young Leaders. O programa é voltado para desenvolver e capacitar as novas gerações, reunindo primordialmente os futuros líderes dos países do BRICS para discutir alternativas para os desafios que assolam suas nações.
Já o Departamento de Estado dos Estados Unidos criou a Iniciativa de Jovens Líderes das Américas (YLAI) em 2015. A YLAI conecta jovens líderes, empresários, educadores e inovadores na América Latina, Caribe e Canadá, buscando capacitar jovens, promover o desenvolvimento inclusivo e diminuir a lacuna de oportunidades para a população jovem. Em síntese, a YLAI acredita que por meio de suas ações é capaz de equipar os jovens para transformar suas sociedades.
Reconhecimento dos Jovens
A Global Water Partnership (GWP), uma rede de ação global com mais de 3.000 organizações parceiras em 179 países, criou uma posição específica para jovens dentro do seu Comitê Diretivo em 2019. A iniciativa faz parte do compromisso da organização em criar espaços e oportunidades para que os jovens se envolvam na governança e gestão da água. Desde então a população jovem passou a ter um representante na rede. Este, que possui desde o acesso completo a informações da organização, como também direitos de voto nos processos decisórios. Contudo, para ser elegível a posição e se candidatar é necessário possuir o apoio de um parceiro da GWP. Desde dezembro de 2020, a posição é ocupada por Jamilla Sealy de Barbados.
E a inclusão e reconhecimento dos jovens não para pôr aí. Existem diversas chamadas e oportunidades para grants e financiamentos de projetos desenvolvidos por jovens e para jovens. Ademais, muitos são dispostos por organizações filantrópicas, doadores privados e instituições internacionais, as quais fornecem subsídios para os mais diversos projetos. Os pré-requisitos para o recebimento dos aportes estão vinculados a uma melhor conscientização do papel dos jovens. Assim como, fortalecimento de diretrizes voltadas especificamente para a participação popular da juventude, criação de espaço de tomada de decisão mais inclusivos, dentre outros. Mais informações sobre meios de financiamentos podem ser encontradas aqui.
Eventos Sobre Ações Globais
Por fim, e não menos importante, destaca-se a proliferação de eventos e conferências internacionais focadas nos jovens, tais como o Youth Assembly, o Youth20, o World Youth Forum, o UN Youth Climate Action Summit e o ECOSOC Youth Forum. Os eventos e conferências internacionais oferecem aos jovens interessados de todo o mundo a oportunidade de se reunir e trocar ideias, aprendizados e experiências. Em suma, ao reunir e expandir o conhecimento global e a compreensão dos desafios que assolam a sociedade contemporâneas, os eventos e conferências internacionais se tornam mecanismos de colaboração, networking e desenvolvimento. Sobretudo, para saber mais sobre algumas das oportunidades disponíveis, não deixem de acessar o site do programa Diplomacia Civil do Instituto Global Attitude (IGA).
[1] Seguindo as recomendações das Nações Unidas (2020), o termo “jovens” pode ser usado alternadamente com a palavra “juventude”.
