O diplomata desempenha um papel crucial na atualidade como um facilitador essencial das relações internacionais. Sua função transcende fronteiras e implica em representar seu país em negociações, tratados e acordos bilaterais e multilaterais. Além disso, eles são responsáveis por promover os interesses nacionais, proteger os direitos dos cidadãos no exterior e contribuir para a paz mundial.
No cenário contemporâneo, marcado por desafios globais como mudanças climáticas, conflitos regionais e pandemias, os diplomatas são fundamentais para buscar soluções diplomáticas e cooperação entre nações. Eles atuam como mediadores, promovendo o diálogo e a resolução pacífica de disputas.
A diplomacia é uma ferramenta indispensável para enfrentar as complexidades do mundo moderno, onde as interconexões globais estão cada vez mais evidentes. Os diplomatas, com sua capacidade de comunicação, negociação e entendimento cultural, desempenham um papel vital na promoção da estabilidade, no fortalecimento das relações internacionais e na busca por um mundo mais seguro e colaborativo. Continue lendo o nosso texto e entenda mais sobre este assunto!
Política Externa
A discussão e o estudo de política externa e relações internacionais – ainda que venha ganhando relevância ao longo do tempo – permanece algo pontual, nichado e por vezes marginalizado. Especificamente em se falando de Brasil, a política externa é altamente delegada ao Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) e apenas ganha importância enquanto tema de debate popular quando é exaltada pela mídia – como no caso das discussões sobre o acordo Mercosul-UE ou as eleições estadunidenses e suas consequências para o atual governo. No entanto, quanto mais interconectado o mundo em que vivemos se torna, mais importante torna-se o debate no âmbito internacional, o debate a respeito da política externa, também referida como a diplomacia de um país.
De acordo com a obra de G. R. Berridge e Alan James (2003), “A Dictionary of Diplomacy”, o termo diplomacia abre espaço para quatro significados variantes, entretanto o mais relevante a essa redação se encontra na seguinte passagem: “Diplomacia é, portanto, o meio principal através do qual Estados se comunicam, permitindo com que mantenham relações regulares e complexas” (BERRIGE, JAMES, 2003, p. 70, tradução nossa). O significado atribuído, então, ao termo diplomata, precede de tal definição, “Uma pessoa profissionalmente engajada na arte da diplomacia enquanto membro de um serviço diplomático” (Ibid.).
O Perfil do Diplomata
A prática diplomática, ainda que associada à diplomacia moderna e institucionalizada, tem seu início datado da formação das primeiras sociedades, com mensageiros enviados entre as tribos para negociar casamentos e regulações de comércio. O perfil do diplomata e a descrição de suas funções, assim como a hierarquia organizacional dentro da diplomacia, passou, desde o primórdio, pelas mais diversas mudanças. O termo embaixador, por exemplo, aparece inicialmente na Itália no séc. XII, debutando no Inglês apenas no final do séc. XIV. É justamente nos sécs. XIV e XV que a diplomacia e, por conseguinte, o trabalho do diplomata, transformam-se de modo a tomar forma mais similar a diplomacia moderna. O movimento se inicia na Itália, entre as cidades-Estado que compunham a península, e a partir do séc. XVI passa a se espalhar por toda a Europa.
O Congresso de Viena (1815), então estabelece um ranqueamento escrito para os profissionais da diplomacia, assim como regras não escritas para a prática. Durante o séc. XIX, através de uma série de Conferências, a prática da diplomacia aperfeiçoa-se na Europa, instituindo-se também novas regras e normas aos ditos diplomatas. É também durante o século XIX que tais normas e regras se espalham mundo à fora. Isso, especialmente nos recém-independentes Estados latino-americanos, que possuíam forte ligação com seus colonos europeus e sua cultura.
A Importância do Diplomata
Com o advento das Guerras Mundiais, a diplomacia passa por seu mais veloz processo de evolução. Ambos os conflitos fizeram com que o mundo se interligasse rapidamente de maneira jamais vista antes. O século XX torna-se palco da formação de novas alianças militares, parcerias comerciais, e, consequentemente, novas agências, organizações e regimes internacionais, como tentativa de regular a interconexão sem precedentes que acontecia no momento. Frente tal cenário, o trabalho do diplomata torna-se cada vez mais imprescindível e requisitado; desde então os Estados, ao redor de todo o Sistema Internacional, passam a manter relações, de todo o tipo, com outros Estados, Organizações Internacionais (governamentais e não governamentais), Corporações Multinacionais, entre outros. Da mesma forma, os diplomatas não mais se limitam a servidores dos interesses estatais. Esses encontram-se, nos dias de hoje, como representantes das entidades mais diversas, até mesmo de estados e municípios, como é o caso dos chamados paradiplomatas.
Conclui-se, portanto, diante do exposto, que o papel do diplomata consiste em forjar e mediar relações amistosas e pacíficas, seja entre países e seus pares, Organizações Internacionais, Empresas, ou quaisquer outras entidades. Sua crescente importância, como demonstrado no corpo desta redação, reside na progressiva interconexão e interdependência do mundo (pós)moderno. Isto é, quanto mais dependentes, os Estados e entidades que compõe o Sistema Internacional, tornam-se uns dos outros, mais imperativa é a necessidade de construir redes de diálogo e consensos entre todos esses atores – necessidade essa que está sendo posta à prova durante os tempos pandêmicos em que vivemos. Sendo assim, tem-se que os diplomatas, de todas as esferas, são indispensáveis enquanto engenheiros de pacíficos e produtivos ambientes de diálogo.
Fontes:
- BERRIGE, G. R. JAMES, Alan. A Dictionary of Diplomacy. 2° ed. Nova York: Palgrave Macmillan, 2003.
- FREEMAN, C. W. MARKS, Sally. Diplomacy. Encyclopedia Britannica, 2020. Acesso em: 25 fev 2021.